aborto espontâneo

É possível evitar um aborto espontâneo?

O aborto espontâneo é muito mais comum do que se imagina, porém causa dor e um sentimento de impotência. Conheça o que é o aborto espontâneo, suas principais causas e se é possível evitá-lo.

Quando aquele tão esperado resultado positivo finalmente aparece no teste de gravidez, a alegria é imensa. No entanto, para algumas mulheres, essa jornada é interrompida precocemente. O aborto espontâneo é uma triste realidade que ocorre em cerca de 15% a 25% das gestações, o que significa que aproximadamente duas em cada dez mulheres grávidas experienciarão naturalmente a perda do bebê até a 22ª semana de gestação.

O que é um aborto espontâneo, afinal?

Antes de tudo, o abortamento espontâneo trata-se interrupção involuntária de uma gravidez até a 22ª semana ou quando o bebê pesa menos de 500 gramas. Podemos classificá-lo como precoce, quando ocorre até a 12ª semana, ou tardio, entre a 12ª e a 22ª semana. Após esse período, a perda é considerada morte fetal por prematuridade.

Às vezes ocorrem sintomas como sangramentos e dores abdominais. Em outras, a gestante só descobre que o coraçãozinho do bebê parou de bater ao fazer o ultrassom. Quando uma mulher enfrenta três abortos consecutivos, caracteriza-se o aborto de repetição, uma condição que afeta até 5% das mulheres.

Quais as causas do aborto espontâneo?

Mais da metade dos abortos espontâneos ocorrem devido a anormalidades genéticas, geralmente relacionadas a anormalidades cromossômicas do próprio feto, um acidente genético isolado que causa o desenvolvimento inadequado do embrião. Contudo, é importante observar que tais anormalidades geralmente não são herdadas dos pais e apresentam um risco relativamente baixo de recorrência.

Além das anormalidades cromossômicas, outros fatores podem provocar o abortamento e nem sempre é possível diagnosticar a causa exata. Entre as causas mais comuns estão:

  1. Alterações cromossômicas e genéticas;
  2. Alterações uterinas;
  3. Trombofilias;
  4. Distúrbios hormonais;
  5. Doenças autoimunes;
  6. Infecções;
  7. Idade materna avançada;
  8. Uso de substâncias pela mãe, incluindo álcool e tabaco.

Aborto espontâneo X idade da mulher

A formação dos óvulos envolve um processo de meiose, no qual a célula reduz seus cromossomos de 46 para 23. Este é o primeiro passo para a criação de um embrião com os 46 cromossomos necessários, resultantes da fusão com os 23 cromossomos do espermatozoide. Contudo, à medida que a mulher envelhece, o óvulo que está passando por esse processo torna-se mais suscetível a erros, aumentando a probabilidade de formação de óvulos aneuploides, ou seja, com alterações cromossômicas.

Os óvulos aneuploides, ao serem fertilizados, dão origem a embriões aneuploides, frequentemente vinculados a abortos espontâneos. É notável a diferença na probabilidade de aborto entre uma mulher de 34 anos e uma de 45 anos. Enquanto a mulher de 34 anos apresenta uma chance de aborto de 15%, esse risco aumenta significativamente para 93% aos 45 anos.

É preciso realizar alguma intervenção?

Em alguns casos, o corpo da mulher elimina naturalmente todo o material do útero, não sendo necessárias intervenções adicionais. Entretanto, quando ocorre um aborto incompleto, isto é, quando não há a eliminação de todos os restos embrionários, ou em casos de aborto retido, quando o colo uterino permanece fechado e não há perda sangue, o risco de infecções aumenta, representando uma séria ameaça à saúde da mulher e às suas futuras gestações. 

Nesses casos, uma intervenção médica se torna necessária. Diferentes métodos estão disponíveis, incluindo a aspiração intrauterina (AMIU), o aborto farmacológico e a curetagem uterina. A aspiração manual intrauterina (AMIU) é atualmente o procedimento recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde, porque está associada à uma menor incidência de complicações.

Aborto espontâneo: quando investigar?

A investigação, a princípio, é indicada em quadros de abortamento recorrente (quando a duas ou mais perdas consecutivas) para identificar as causas e, assim, aumentar as chances de sucesso da evolução da gravidez bem-sucedida que evolua adequadamente e termine com um bebê em casa.

Uma opção para tentar esclarecer a causa e o risco de recorrência para o casal é analisar o material do aborto. Existem diferentes métodos disponíveis para essa análise, variando em seus alcances e custos. O método mais difundido é o cariótipo com bandeamento G, em que as células são cultivadas para determinar se a perda genética foi resultado de uma alteração cromossômica (aneuploidia ou poliploidia).

Atualmente, outros métodos mais avançados proporcionam uma maior eficiência para identificar alterações no número de cromossomos, bem como perdas e ganhos de fragmentos cromossômicos.

Portanto, é essencial investigar as causas do abortamento, especialmente em casos de aborto recorrente. Nossa equipe está aqui para oferecer suporte e orientação, ajudando a aumentar as chances de uma gravidez bem-sucedida no futuro.

Juntos, podemos enfrentar os desafios e continuar na jornada em direção à maternidade. Na Embrionare, estamos aqui para você, em cada passo do caminho.

 

 

 

1 thoughts on “É possível evitar um aborto espontâneo?

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